2 de abril de 2012

Ser ou não vegetariano?


Hoje eu colaborei participando com comentários sobre o tema “ser vegetariano”.  Antes de mais nada não sou vegetariana e não sou também não-vegetariana, confuso isso, é, é confuso mesmo.  Eu tentei colocar meu ponto de vista sobre o alimentar-se, o ato de necessitar de ingerir outros seres vivos para poder existir, o como eu faço isso. Não deu muito certo! Para mim, esse é o ponto mais importante da questão. Olhar para uma ave ou um rabanete como o elemento que eu estou a ingerir, a impedir que continue a viver , questionar as condições de como ele é produzido, acredito ser a forma restrita do alimentar-se.  É importante pensarmos nisso, sim, importantíssimo, mas, é importante também não nos fixarmos só nisso!
Eu estou querendo olhar para a alimentação no seu sentido amplo e multidisciplinar, envolvendo a biologia, psicologia e religiosidade, ou seja, corpo-mente-espírito. Maluquice, delírio, loucura, pode ser, nem isso estou descartando se isso me levar a um relacionamento de amor com o alimentar-se.
Eu sou obesa, sempre estive lutando com o peso. Comer, me alimentar sempre foi um problema, porque tudo que eu ingeria significava dentro de mim, engordar ou não engordar. Ou seja, engordar! Venho tentando, tentando e tentando e não consigo me harmonizar com os alimentos ingeridos. Dizem-me que sou uma eterna dependente, viciada no alimento, e que , por isso, tenho que estar sempre atenta a ele para não deixar-me ser pega desprevenida por ele e ser devorada pelo alimento. Durante muitos anos concordei com essa ideia, hoje não. Hoje não mais. Hoje eu quero diferente. Com o passar dos anos, percebi que eu preciso olhar com maturidade+coragem+benevolência+sem julgamento+adulta para essa questão. Como numa receita de bolo, colocar tudo numa vasilha, na medida suficientemente boa, mexer e assar, esperar, para que ao final surja uma bela  e saborosa expressão de mim mesma, que é, o eu mesma, acrescida do que coloco para dentro, vou me restringir a alimento físico.
Quero que esse ato seja um ato de amor: para comigo, para o alimento. De respeito: para comigo, para o alimento. Acredito que amor e respeito nas duas vias internas e externas me trarão aceitação e consciência suficientes para não ter de colocar minha energia apenas no restrito do alimentar-se:  rabanetes ou aves?