---Sinto como se dentro de mim existisse uma mulher querendo se expressar no mundo.
---Uma mulher que embora eu não saiba a sua forma ou o seu pensamento é uma mulher ímpar, bonita, forte e frágil. Uma mulher pensante que tem as suas verdades porque teve a coragem de buscar as suas próprias verdades, verdades que ela mesma sabe que no fundo são mutantes, são ilusões.
---Uma mulher com formas definidas como corpo de cobra, pés de árvore, coração de urso, olhos de águia, ancas de égua, canto de baleia, boca de lobo, ventre de fruto e espírito de unicórnio.
---Uma mulher com curvas delicadas e explicitas. Quadris torneados em tornos de barro, barriga macia preenchida com a mais pura fibra de algodão, costas sinuosas, fluidas como curva de rio, colo com leves ossos que são capazes de voar e serem vistos... do alto.
---Não tenho desejo de ter o corpo perfeito. Desses tais e iguais de ditadura – modelo de corpo escravo e imposto.
---Quero ter o meu corpo! o meu próprio corpo! e que por ser meu de legítimo direito tem o meu volume certo, gordura suficiente para deixá-lo apetitoso e estético.
---E aviso! Estética para mim é algo que eu mesmo faço, eu mesmo componho, com tudo que os fluidos da vida me traz, com cicatrizes que realçam, que desafiam quem as vê, a saber, saber de onde vêm, como as conquistei, coma as curei. Quero todas as minhas cicatrizes expostas e desnudas. Quero olhar para elas, sorrir para elas, sorrir alto, escandalosamente alto, de boca aberta, com todos os meus dentes relaxados.
---Não quero um corpo em excesso, como quando guardamos algo desnecessariamente para um futuro que nem sabemos se vai chegar. Quero um corpo do agora, porque só o corpo que é vivido, no agora, será capaz de encarar tudo que irá surgir irremediavelmente no futuro. Só um corpo que existe agora na sua plenitude terá sabedoria de lidar com as limitações que terá irremediavelmente no futuro.
---Hoje tenho um corpo de excessos: excesso de gordura, de sentimentos do passado, de portas fechadas, chaves escondidas, que não está sabendo fazer diferente do que sempre fez.
---Confesso: tenho medo e loucura (medo da loucura), medo que essa mulher selvagem seja louca de Vida. Tenho medo do excesso de vida que essa mulher tem.
Sei que tenho uma mistura de medo e fascínio por essa mulher interna, essa mulher selvagem, indomada, livre, dona do seu corpo, do seu desejo, do seu impulso. Essa mulher loba que uiva na lua cheia, essa mulher baleia que tem a imensidão do oceano aos seus pés. Essa mulher sagrada que pari, que nutre, que sangra. A mulher que existe em toda mulher e que os tempos, teimam, em deixá-la trancafiada. Que xingam! que chamam de mundana. Que afirmam ter pacto com demônios. Simplesmente pelo fato de SER... livre, indomesticável, indomável, liberta, libertária, dona do seu próprio destino, dona do seu próprio querer.
---Que sabe ter a ousadia de perceber os vazios da vida e deixar-se penetrar, e nesse lugar aproveitar, desfrutar do viver.
---Uma mulher que embora eu não saiba a sua forma ou o seu pensamento é uma mulher ímpar, bonita, forte e frágil. Uma mulher pensante que tem as suas verdades porque teve a coragem de buscar as suas próprias verdades, verdades que ela mesma sabe que no fundo são mutantes, são ilusões.
---Uma mulher com formas definidas como corpo de cobra, pés de árvore, coração de urso, olhos de águia, ancas de égua, canto de baleia, boca de lobo, ventre de fruto e espírito de unicórnio.
---Uma mulher com curvas delicadas e explicitas. Quadris torneados em tornos de barro, barriga macia preenchida com a mais pura fibra de algodão, costas sinuosas, fluidas como curva de rio, colo com leves ossos que são capazes de voar e serem vistos... do alto.
---Não tenho desejo de ter o corpo perfeito. Desses tais e iguais de ditadura – modelo de corpo escravo e imposto.
---Quero ter o meu corpo! o meu próprio corpo! e que por ser meu de legítimo direito tem o meu volume certo, gordura suficiente para deixá-lo apetitoso e estético.
---E aviso! Estética para mim é algo que eu mesmo faço, eu mesmo componho, com tudo que os fluidos da vida me traz, com cicatrizes que realçam, que desafiam quem as vê, a saber, saber de onde vêm, como as conquistei, coma as curei. Quero todas as minhas cicatrizes expostas e desnudas. Quero olhar para elas, sorrir para elas, sorrir alto, escandalosamente alto, de boca aberta, com todos os meus dentes relaxados.
---Não quero um corpo em excesso, como quando guardamos algo desnecessariamente para um futuro que nem sabemos se vai chegar. Quero um corpo do agora, porque só o corpo que é vivido, no agora, será capaz de encarar tudo que irá surgir irremediavelmente no futuro. Só um corpo que existe agora na sua plenitude terá sabedoria de lidar com as limitações que terá irremediavelmente no futuro.
---Hoje tenho um corpo de excessos: excesso de gordura, de sentimentos do passado, de portas fechadas, chaves escondidas, que não está sabendo fazer diferente do que sempre fez.
---Confesso: tenho medo e loucura (medo da loucura), medo que essa mulher selvagem seja louca de Vida. Tenho medo do excesso de vida que essa mulher tem.
Sei que tenho uma mistura de medo e fascínio por essa mulher interna, essa mulher selvagem, indomada, livre, dona do seu corpo, do seu desejo, do seu impulso. Essa mulher loba que uiva na lua cheia, essa mulher baleia que tem a imensidão do oceano aos seus pés. Essa mulher sagrada que pari, que nutre, que sangra. A mulher que existe em toda mulher e que os tempos, teimam, em deixá-la trancafiada. Que xingam! que chamam de mundana. Que afirmam ter pacto com demônios. Simplesmente pelo fato de SER... livre, indomesticável, indomável, liberta, libertária, dona do seu próprio destino, dona do seu próprio querer.
---Que sabe ter a ousadia de perceber os vazios da vida e deixar-se penetrar, e nesse lugar aproveitar, desfrutar do viver.
Essa é a mulher que sou.
Eu aceito essa mulher que sou.
Essa é a mulher que anseio, que um dia.
Ah! um dia o mundo verá.
Essa é a mulher que anseio, que um dia.
Ah! um dia o mundo verá.